segunda-feira, setembro 20, 2010

Cuba Capitalista ainda de Fidel Castro

Disciplina: Língua Portuguesa / Produção Textual

Atividade: Elaborar texto sobre Cuba, utilizar critério de pesquisa.

     Em 2006, Fidel deixou o poder por causa de problemas de saúde, transferindo-o para o seu irmão Raúl Castro, e nos últimos meses reapareceu em público fazendo alertas sobre o risco de uma guerra nuclear entre Estados Unidos e Irã. Assim dá-se início da polêmica sobre a crise atual em Cuba, em 11 de setembro (sexta-feira), Fidel foi alvo de manchetes internacionais quando disse que seu recente comentário sobre o fracasso do modelo econômico comunista cubano foi mal interpretado pelo repórter Jeffrey Goldberg da revista The Atlantic, à qual teria dito que o modelo de comunismo em Cuba já não funcionava nem mesmo para os cubanos. Segundo Fidel, sua afirmação foi interpretada ao pé da letra pelo repórter da Atlantic, e significava exatamente o contrário, já que ele se referia ao fracasso do capitalismo. Fidel explicou o mal entendido, em discurso na Universidade de Havana, dizendo que deu uma resposta despreocupada para o repórter. E agora se diverte vendo como ele interpretou tudo literalmente.   
- "Minha ideia, como todo mundo sabe, é que o sistema capitalista não serve nem para os Estados Unidos, nem para restante do mundo.", afirmou.
     A rara entrevista de Fidel, concedida à Atlantic e divulgada na quarta-feira (8/set), vinha sendo tema de especulações no mundo todo. De um lado, foi interpretada como um sinal de apoio de Fidel às reformas feitas por seu irmão e atual presidente, Raúl Castro. De outro lado, serviria de munição para os dissidentes cubanos, num momento em que Cuba atravessa forte crise econômica.
As notícias recentes de Cuba divulgadas nas mídias brasileiras foram veiculadas na íntegra do texto da repórter Rosa Tania Valdés:
Presidentes Lula e Fidel (Agência EFE)
      Quando o assunto é a ilha de Cuba, vem associado à imagem do ex-ditador Fidel Castro que permaneceu no poder ditatorial no período de 1959 a 2006. Tornou-se presidente a partir da Revolução Cubana de 1958/1959, que derrubou o governo do general Fulgêncio Batista, simpatizante do regime capitalista norte-americano. Esta revolução era nacionalista e socialista, por receber forte influência do “companheiro” Ernesto Che Guevara e de seu irmão Raúl Castro atual presidente de Cuba.
     Em represaria ao regime anticapitalista, o governo norte-americano decreta em 1962, embargo econômico contra Cuba, que perdurou até 2009, quando o atual governo comandado por Raul Castro, demonstrava sinais do capitalismo na ilha, numa tentativa de recuperar a economia em vertiginosa crise. Este fato foi concretizado em 15 de setembro (quarta-feira), com a notícia de que 1.500 funcionários públicos foram dispensados por falta de recursos do governo para honrar seus salários, em contrapartida, empresas estatais serão privatizadas. A previsão é de que 500 mil trabalhadores cubanos percam seus postos de trabalho até março de 2011. Serão seis meses para efetivar as privatizações e iniciar o processo de abertura das fronteiras para empresas de capital estrangeiro e recolocação no mercado de trabalho dos 500 mil funcionários públicos que serão demitidos neste período de transformação econômica.
     Em 1993, o país contava com 11,2 milhões de habitantes, com uma força de trabalho de 4,9 milhões, dos quais 4,1 milhões são funcionários do Estado, que controla 95% da economia, quando Fidel, em plena crise econômica pela queda do bloco soviético, permitiu o trabalho privado em alguns casos, com o pagamento de impostos e sem contratação de assalariados. Em 1995, os trabalhadores privados chegaram a 210 mil. Em 1996, foram autorizados os negócios familiares, a abertura de pequenos restaurantes (paladares) e foi permitido o aluguel de residências. Mas em meio a uma recuperação econômica no início desta década, o governo congelou as licenças e acentuou os controles. Muitos negócios foram fechados devido à compra ilegal de insumos, sonegação de impostos, e alguns sobreviveram com subornos aos inspetores. Em 2009, havia apenas 143 mil trabalhadores privados.
     Em 2005, a revista Forbes especulou que o patrimônio de Fidel Castro atingiria aproximadamente 550 milhões de dólares. Com essa fortuna acumulada, especulou a revista, ele teria alcançado o décimo lugar na categoria de governantes e membros da realeza mais ricos do mundo. Um porta voz da revista Forbes disse à BBC que, para estimar a presumível fortuna de Fidel, calculou o valor de mercado de várias empresas estatais cubanas, e atribuiu um percentual do valor assim obtido ao patrimônio pessoal de Fidel. Estes datos foram negados por Fidel, que considerou esta notícia uma infâmia. Na oportunidade, Fidel desafiou:
" - Se eles provarem que tenho um conta no exterior de 900 milhões, de um milhão, de 500 mil, de 100 mil ou de um dólar, eu renuncio a meu cargo e às funções que desempenho".
     Detentor de frases pragmáticas, Fidel entra para a história com obras dedicadas a sua biografia, a exemplo da série Grandes Líderes da Editora Abril Cultural nos anos 80, tais como: - “A história me absolverá.”, dito em sua própria defesa (assumida por ele ser diplomado em Direito pela Universidade de Havana), ao defender o direito dos povos de lutarem contra a tirania. Ele foi condenado a 15 anos de prisão, durante o cumprimento da pena, Fidel reelaborou sua autodefesa com o título de “A história me absolverá”, publicada clandestinamente em 1954.
     Outra frase pragmática, é um fragmento de seu discurso em 1° de maio de 2003 em Havana:
-"Nuestro pueblo heroico ha luchado 44 años desde una pequeña isla del Caribe a pocas millas de la más poderosa potencia imperial que ha conocido la humanidad. Con ello ha escrito una página sin precedentes en la historia. Nunca el mundo vio tan desigual lucha."
     (-"Nosso povo heróico lutou 44 anos desde uma pequena ilha do Caribe, a poucas milhas da mais poderosa potência imperial que a humanidade já conheceu. Com ele escreveu uma página sem precedentes na história. Nunca o mundo viu uma luta tão desigual."). Passou a relembrar suas conquistas, que em 1959 iniciou a criação de um novo modelo estatal, escreveu leis a favor dos setores mais desfavorecidos, como por exemplo, a lei de Reforma Agrária, também fundou órgãos como o Instituto Nacional de Reforma Agrária (INRA), do qual foi seu primeiro presidente, e instituições culturais como a Imprensa Nacional de Cuba e o Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica (ICAIC), a nacionalização de empresas estrangeiras, a Reforma Urbana, o desenvolvimento da indústria nacional e a diversificação agrícola, a Campanha de Alfabetização pioneira no mundo, a nacionalização e gratuidade do ensino em todos os níveis, a eliminação da saúde pública privada e do esporte profissional, a melhoria das condições de vida dos setores mais populares, o estabelecimento de vínculos com nações de todo o mundo e todos sistemas sociais de governo, culminanmdo com a incorporação de Cuba ao Movimento de Países não Alinhados.

Raúl Castro, Lula, Fidel Castro e Franklin Martins se reúnem em Havana
Foto: Ricardo Stuckert/PR/Divulgação

     - Então, trata-se de um herói, ou de um antiherói? Diriamos que é um herói pelos feitos em prol de um povo miserável em uma ilha isolada, um pequeno ponto no oceano, que sozinho quer provar que é melhor governante que o da maior potencia mundial. Mas continuando a pesquisa sobre Fidel, deparamo-nos com a segunda das 27 curiosidades do Cinema, sendo:
     “2ª. Fidel Castro tentou triunfar em Hollywood. Em meados de 1945, 13 anos antes de converter-se no líder de Cuba, Castro iniciou uma breve carreira cinematográfica como galã latino na qual teve tempo de interpretar pequenos papéis em três musicais: Escola de sereias, Bathing Beauty e Holiday in México.”
     - E agora, trata-se de um ator frustado em Hollywood que conquistou a simpatia de um povo num momento de fragilidade diante do novo, do mundial capitalismo dominante e dominado pelos americanos? E utilizando a beleza e carisma de Che Guevara, e o apoio de seu irmão Raúl Castro, tornou-se um herói ditador? Mas um ditador pode ser herói? São apenas indagações que a história nos permite questionar, afinal estamos em regime democrático e com direito de livre expressão, garantidos pela Constituição Brasileira até hoje.
     O amanhã será sempre o futuro, e vivemos no presente. Por isso vamos fazer valer cada conquista e cada conceito que aprendemos, sem esquecer que os preconceitos e os prejulgamentos, são os maiores causadores dos males e das enfermidades sociais
Fontes:
http://oglobo.globo.com/mundo/
http://www.ohoje.com.br/mundo/
http://www.publico.pt/Mundo/
http://www.google.com/hostednews/afp/article/
http://www.suapesquisa.com/biografias/
http://pt.wikipedia.org/

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