sexta-feira, janeiro 20, 2012

Dica de Férias: Cinetose é a causa de enjôos durante longas viagens

O popular "Mal do Movimento" pode ser tratado e, inclusive, evitado
Por Carolina Gonçalves Publicado em 20/6/2011

É comum as pessoas sofrerem de náuseas, tonturas e até vômitos em viagens de carro, navio, barco ou avião. O que poucos sabem é que essas complicações têm nome e tratamento específico e são causadas por solavancos, acelerações, desacelerações e movimentações rítmicas ou bruscas que acontecem durante a viagem.

O “Minha Vida” conversou com especialistas no assunto que explicaram por que a
cinetose, ou Mal do Movimento, ocorre e como tratá-la.

Por que as pessoas enjoam?
O neurocirurgião do Grupo de Colunas do Hospital das Clínicas Alexandre Meluzzi explica que o órgão responsável pelo movimento é uma extensão no nosso sistema auditivo e possui uma estrutura chamada vestíbulo, popularmente conhecida como labirinto.  
cinetose
Esse órgão tem três canais em formato de semicírculo, todos preenchidos com um líquido viscoso denominado endolinfa. O interior desses canais é revestido por células com diversos cílios ligadas a terminações nervosas, que estão em contato com nosso sistema nervoso central.

Os movimentos que nossa cabeça sofre durante as
viagens provocam o deslocamento desse líquido, desviando os cílios e gerando impulsos elétricos que chegam até o sistema nervoso central. Nosso sistema nervoso, por sua vez, responde a esses impulsos com a sensação de náusea, podendo a pessoa sofrer enjôos e vômitos.

Os especialistas chamam isso de "vestibulopatia" temporária, cinetose ou Mal do movimento. Alexandre alerta que esse estímulo pode até gerar uma inflamação no órgão do equilíbrio, intensificando os sintomas e causando uma espécie de labirintite. 

“Manter uma atitude positiva pode fazer a diferença.”, diz Alexandre

Amenize os sintomas
Feito o diagnóstico médico de cinetose, o paciente deve tomar certos cuidados quando for fazer viagens de carro, navio, barco ou avião.

O otorrinolaringologista Fernando Pochini, do Hospital São Luiz em São Paulo, recomenda que a pessoa escolha lugares no veículo onde a amplitude do movimento seja menor, como o banco do meio do carro ou as partes centrais - no avião ou navio - ao invés das pontas.

No caso dos automóveis, Alexandre também recomenda viajar com velocidade reduzida, fazendo curvas mais largas. 
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"Como há fatores psicológicos envolvidos, manter uma atitude positiva pode fazer diferença" conta o neurocirurgião Alexandre, que dá uma lista de recomendações simples:

- Não ingerir muito líquido ou alimentos antes de viajar;
- Fazer paradas se possível, no caso dos automóveis;
- Reclinar o banco quando possível;
- Resfriar o corpo;
- Não ingerir álcool, pois ele agrava os sintomas;
- Evitar leitura durante as viagens;
- Não olhar pela janela e para os objetos em movimento;
- Fazer exercícios posturais e de relaxamento;
- Repousar e dormir para ajudar a controlar os sintomas.

A reabilitação do equilíbrio também pode ser feita por meio dos chamados exercícios vestibulares. "São exercícios repetitivos com os olhos, cabeça e corpo com o objetivo de criar um conflito sensorial, provocando o reajuste da função do equilíbrio", explica o otorrino Fernando Pochini. Para mais informações sobre esses exercícios consulte o seu médico. 
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Medicações recomendadas
Se você já sabe que vai enjoar durante a viagem, uma boa pedida é usar algum tipo de medicamento que iniba os sintomas da cinetose antes mesmo de eles acontecerem. As medicações mais utilizadas são a metoclorpropramida, flunarizina, dimenidrinato e os inibidores centrais do vômito, como a ondansetrona. É importante ressaltar, porém, que todo medicamento deve ser indicado por um médico de confiança.

A ação desses medicamentos é simples. De acordo com Alexandre Meluzzi, elas podem inibem receptores dos núcleos centrais e controlam os sintomas de forma muito eficaz.

"No entanto, esses medicamentos diminuem a atividade encefálica, reduzindo os reflexos motores, diminuindo a percepção periférica de estímulos e causando sonolência", alerta Alexandre. Por isso, não devem ser utilizados por quem vai dirigir ou pilotar em hipótese alguma. 
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Para aqueles são adeptos da medicina natural e sofrem com o Mal do Movimento, o clínico geral e estudioso de plantas medicinais Alex Botsaris recomenda o gengibre como santo remédio para esse mal estar. É cientificamente comprovada a atividade dessa planta contra náuseas e doenças relacionadas ao movimento.

"O chá deve ser consumido três vezes ao dia de viagem, de dois a quatro gramas da planta em forma de raiz fresca para cada 150 ml de água" diz o clínico, que completa: "Acupuntura também possui evidência científica de atuar na doença do movimento. Uma aplicação de agulhas pode ser feita antes da viagem".

Também há especialistas que indicam a vitamina B6, presente no arroz integral, gérmen de trigo, aveia, amendoim, nozes e batata, e o magnésio - presente nas folhas verde-escuras, tais como espinafre e escarola - para ajudar a diminuir os sintomas. 
Passei mal! E agora?
Se não teve jeito e você passou mal mesmo, os especialistas recomendam o uso de medicamentos antivertiginosos, sempre com supervisão médica.

Além disso, Alexandre lembra a importância da hidratação e reposição de sais minerais perdidos com os vômitos. O chá de gengibre, segundo o clínico Alex, também pode ser tomado após a manifestação dos sintomas. 
Comentários:
Ricardo
Eu tb passo mal não só em viagens de carro mas tb na cidade onde pego ônibus. Faço as mesmas coisas que a Sandra disse evita bastante o enjôo. O problema é vc encontrar algum lugar na frente no ônibus ou no carro. Vou experimentar agora fechar os olhos... Se alguém souber desses exercícios vestibulares nos conte.
23/06/2011 as 13:30

SANDRA HERMES DE ALMEIDA FURTADO
Nossa!!! eu sempre quis saber o nome desse problema, pois eu sinto isso desde pequena, mas o problema é maior pra mim quando leio alguma coisa dentro do carro, não posso ler nada de jeito algum, nenhuma frase sequer em livro, revista, manuais etc... agora sei como é que acontece com o cérebro. Valeu pelo conhecimento. bjs.
23/06/2011 as 10:08

Humberto Dória Silva
Gostaria de destacar que a redução da percepção de estímulos periféricos reduz o efeito da divergência com os estímulos centrais, pois, enquanto o vestíbulo trata do movimento para os comandos preditivos do equilíbrio, a visão reto-alimenta o resultado das ações do equilíbrio, então, o erro de refração no olho pode causar a divergência entre a informação periférica e a informação central. Conclusão: a redução dos estímulos periféricos reduzem os efeitos das divergências, assim como, a redução dos estímulos centrais também reduzem os efeitos das, então,manter os olhos fechados durante todo o percurso também pode resolver o problema.
23/06/2011 as 02:36

Sandra Regina
Focalizar um ponto e, por alguns instantes permanecer olhando pra ele faz com que o seu cérebro se oriente espacialmente e entenda sua posição. Mesmo que o balanço da condução continue, seu cérebro estando orientado não terá enjôos. Quando faço viagens de carro ou ônibus SEMPRE vou no banco da frente, pois, a via é meu referencial visual de orientação.
22/06/2011 as 23:04

CLODOALDO EVANGELISTA
Agora entendi porque eu sempre fico um pouco enjoado quando leio dentro do ônibus, e quando estou com fome a sensação é ainda pior.
22/06/2011 as 13:08

1 comentários:

Unknown disse...

Bom, eu sempre tive esse problema , nao podia ler, balançar a cabeça, que eu sentia enjôo. No domingo eu passei mal(enjôo). Irei viajar na mesma semana (sexta)! Eu ja usava o dramim, mas estou com medo do de nao adiantar?