quinta-feira, dezembro 12, 2013

Gás natural gera 50% da energia consumida em Manaus

CIGÁS
http://www.jcam.com.br/
 A metade da energia elétrica consumida em Manaus já é proveniente do gás natural distribuído pela Cigás (Companhia de Gás do Amazonas). Foram necessários 48 quilômetros de gasoduto construídos em menos de três anos para abastecer 50% da capital amazonense. A companhia investiu R$ 150 milhões em obras já realizadas nos municípios do Amazonas e deverá investir mais R$ 100 milhões nos próximos três anos para concluir as obras do Plano de Desenvolvimento Estratégico Cigás, contemplando o Distrito Industrial com prioridade.

De acordo com o diretor técnico comercial da Cigás, Clóvis Correa Junior a obra que vai levar o gás natural para as empresas instaladas no Distrito Industrial segue prioritariamente nos canteiros centrais e nas calçadas, evitando danos nas vias públicas. Nas vias já pavimentas a companhia deverá utilizar o método Furo Direcional sem a necessidade de abrir a vala.

 “O método é mais caro que o convencional, mas com os ganhos no custo de recapeamento, com a fluidez do trânsito e evitando danos no pavimento, compensam o investimento, que acabam sendo muito menores”, justificou.

A Cigás pretende implantar em Manaus o modelo de sucesso implantado pela companhia em outros estados, que funciona através da criação de um comitê de concessionárias que realizam obras de telefonia, água e saneamento, energia, dentre outras, e que venham fazer intervenção na cidade possam compartilhar o cronograma de obras de seis meses, e negociem para que todos possam realizar seus objetivos em uma única obra.

“O objetivo da criação do comitê de concessionárias é evitar: o retrabalho nas vias públicas, danos ao pavimento e problemas de trânsito que já é complicado. A sugestão foi dada, e acredito que tem chance de vingar, principalmente com as prefeituras”, adiantou o executivo.

Segundo Correa no âmbito federal já houve reuniões entre a Cigás, Suframa, Seinfra e a construtora responsável pela obra de recuperação das ruas do Distrito Industrial, de modo a otimizar os recursos. “Não faz sentido eles fazerem a obra e depois a Cigás abrir uma vala para levar o gás natural nas indústrias já instaladas”, disse.

Malha do gasoduto
No Amazonas a malha do gasoduto alcançou 48 quilômetros em menos de três anos. Atende sete usinas termoelétricas, significa que metade da energia elétrica consumida em Manaus já é proveniente do gás natural. 

Além da Amazonas Energia, distribuidora que consome gás natural para geração termoelétrica, os maiores consumidores na capital relacionados pela Cigás são as empresas Ambev (Companhia de Bebidas das Américas), Recofarma do Grupo Coca-Cola, Vídeolar, Ceras Johnson, Neotec Pneus, Procoating e Carboman. 

No comércio a companhia fornece para o Shopping Ponta Negra e para alguns postos de combustíveis da cidade. Até junho de 2014 serão interligadas mais 10 clientes, sendo dois postos e oito indústrias, algumas localizadas no Distrito Industrial 1 e 2, onde já foram iniciadas as obras com previsão de conclusão em meados de 2015.

Trajetória do gás
No dia 1º de dezembro a Cigás completou três anos de atuação no Amazonas. Em 2011 começaram os trabalhos levando gás para as termoelétricas da região. No ano seguinte foi concluída a Fase 1 do setor industrial e no período de 2013 a 2015 será realizadas as Fases 2, 3 e 4 que levará o gás para as indústrias instaladas no Distrito Industrial 1 e 2, na avenida Torquato Tapajós e nas rodovias AM-010 e BR-174. Algumas fábricas serão ligadas ao sistema de gás natural ainda neste ano, dentre elas está a Quatzolit Rejuntamento e AMS Fármacos instaladas na AM-010.

Segundo Correa, estes são os planos de desenvolvimento estratégico que a Cigás realiza prioritariamente para suprir a economia industrial local. A partir de 2016 os planos se voltam para o varejo, visando a distribuição de gás natural no comércio e nas residências.

 “Nossos planos de desenvolvimento se resumem em levar o gás natural para a indústria, veículos e para a população. É um pare-passo, onde não se tem nem estrutura física e do ponto de vista econômico correria o risco de onerar de mais as tarifas e incompatibilizar investimento com retorno. A tarifa é como uma concessão de serviço público”, antecipou.

A Cigás é a concessionária pública responsável pela distribuição do Gás Natural no Estado do Amazonas. Foi criada  pela lei 2.325 de 8 de maio de 1995.

Cigás x Petrobras
Segue a polêmica entre a Petrobras estatal responsável pela exploração e extração de combustíveis (gás, óleo e outros) travada com a Cigás companhia estadual criada com o objetivo de distribuir todo o combustível na forma de gás extraído em solo pertencente aos estados da federação. A discussão gira em torno da divisão do lucro: quem fica com a maior fatia. 
O que corresponde à distribuição do combustível extraído no Campo Azulão, como é conhecida a área do poço de gás natural localizada entre Silves e Itapiranga, municípios do interior. Uma mostra do potencial econômico da Cigás, que está prestes a ser 100% privatizada pelo Governo do Estado do Amazonas. Segundo o presidente da Cigás, Lino Chíxaro “o Estado já fez a sua parte na criação e no desenvolvimento da Companhia”. O Estado tem 17% das ações da Cigás, os outros 83% pertencem a Manausgás.
O projeto da Petrobras é construir uma termelétrica de 100 megawatts no município distante 204 quilômetros a leste de Manaus, e interligá-la ao SIN (Sistema Interligado Nacional) por meio do Linhão de Tucuruí. A polêmica está no projeto da estatal, que excluiu a Cigás, que por consequência, o Estado deixa de recolher os tributos do serviço, tendo como lucro royalties, somente. O projeto original da Petrobras, segundo Chíxaro, previa apenas que o gás de Silves alimentasse o sistema nacional sem que a cidade fosse beneficiada com a produção de energia elétrica.
De acordo com a Cigás na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que rege a vida dos brasileiros, a atividade de gás foi segregada. Parte é competência federal e parte é competência estadual, onde exploração e produção são do âmbito federal com a anuência da União. Já a distribuição do gás natural é regulada pelos estados até chegar ao consumidor final. 

“A Constituição Federal de 1988 é clara quanto a essa questão. Essa é a grande discussão, mas tem essa questão de entendimento em que as partes estão conversando para chega a um entendimento. Mas existe uma questão maior, a constitucional que é material legal, com leis que tratam da matéria, mas acima de tudo é uma questão constitucional que é mãe de todas as leis”, defendeu o diretor comercial.

TERCEIRO SIMULADO DE EMERGÊNCIA
A Cigás realizou ontem (11) a terceira edição do seu Simulado de Emergência. A ação aconteceu na Av. Constantino Nery, em frente à Arena da Amazônia, e tem por objetivo preparar adequadamente equipes para em caso de situação de emergência com gás natural, atuarem de forma ágil e eficiente.

O Simulado contou com a participação do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual e Municipal, PM (Polícia Militar), Manaustrans, Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), Semmas (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade), Arsam (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas), Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Amazonas), todos fazem parte do PAE (Plano de Ação de Emergências) da Cigás.

O diretor da companhia explicou que na natureza só ocorre o fogo se tiver o triângulo do fogo, nada mais é que o combustível (gás, óleo, outros), o comburente (ar) e uma ignição, sem os três casados não haverá fogo na natureza. Clóvis Correa afirmou que o combustível no caso do gás precisa estar em uma concentração de 4% a 14%, nessa faixa é o limite de inflamabilidade. Menos de 4% de concentração de gás no ar não há combustão e mais do que 14% também não há combustão.

 “Por exemplo, dentro de um gasoduto o risco de explosão é impossível, porque não tem ar dentro do gasoduto, só tem gás, então é impossível. Só acontece em filme como Duro de Matar 3 que é pura ficção, na natureza não ocorre, é impossível”, garantiu.

A Cigás utiliza aço carbono na construção do gasoduto por ser superior em resistência e eficiência, se comparado a outros tipos de materiais utilizados para esta finalidade. Sobre as explosões nos dutos que aconteceram na cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde bocas de lobo foram arremessadas com forte pressão, após as explosões, Clóvis Correa, explicou que a rede de canalização de gás tem mais de 100 anos de existência e, que foram construídas com ferro fundido e solda muito antiga, do tipo ponto e bolsa que não são mais utilizadas.

 “Há redes no Rio e em São Paulo que estão se deteriorando por ser centenárias, que serão substituídas por redes de polietileno num grande trabalho contínuo. Mesmo com todo o cuidado, numa rede antiga pode acontecer gerar uma situação indesejada. Ma teve casos de explosões no Rio que não era de gás, era de energia elétrica”, esclareceu.

A simulação é um exercício continuo de aprimoramento, por isso é realizado anualmente pela Cigás. Há empresas de gás que fazem a simulação a cada dois ou três anos, já a companhia realiza anualmente porque é necessário começar de forma correta, detectando qualquer tipo de falha na rede de dutos com a prevenção simulada. Nos três anos de operação da companhia no Amazonas não há registro de sinistro.

“Temos um cuidado preventivo, com uma série de ações para evitar esse tipo de sinistro. Mas caso ocorra é fundamental que todas as equipes saibam exatamente o que fazer, é fundamental”, informou.

Desde o primeiro simulado todas as equipes parceiras do estado e do município estão presentes. “O simulado de emergência é uma forma de testar o PAE (Plano de Ação de Emergências) e verificar se o roteiro de ações conjuntas num cenário de acidente é adequado para solucionar o sinistro”

A equipe do Corpo de Bombeiros foi a primeira a chegar ao local durante os três simulados, logo em seguida chegou a Polícia Militar e em terceiro a equipe da Cigás. É o reconhecimento do preparo estratégico que possui o Corpo de Bombeiros no combate ao fogo, e tantos outros sinistros que envolvam a população. 

Os resultados indicaram que a maior probabilidade de chegarem primeiro ao local do acidente, foi então que se verificou a necessidade de equipar de forma adequada com os Spygas detectores de vazamento de gás adquiridos pela Cigás e doados ao Corpo de Bombeiros.

 “É obvio que as duas corporações serão as primeiras a chegar, porque possuem quart eis e postos estratégicos por toda a cidade, inclusive com ronda motorizada, por isso a companhia decidiu equipar o Corpo de Bombeiros com o Spygas. E hoje constamos uma maior eficiência durante a simulação”, concluiu Clovis Correa Junior para o jornal do Commercio.

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