quarta-feira, abril 13, 2011

Dia dos Jovens, 13 de Abril

Essa poesia eu recitei em 1977, numa peça teatral, atividade de sala de aula na disciplina História Geral, que os alunos da "minha equipe" da 8ª série do atual ensino fundamental, montamos e apresentamos no Colégio Estadual de 1º e 2º Major Telmo Coelho Filho (bairro Km 18). A peça Rosas de Hiroshima, fez tanto sucesso que fomos convidados para encená-la também no Passo Municipal de Osasco e na TV Cultura em São Paulo, foi memorável e éramos todos tão jovens...

JOVEM DE MEU TEMPO
Maria Alves (minha mãe)

Sou um jovem caminhante de meu tempo
Vivo ouvindo e vendo coisas
Que não me agradam
Às vezes tenho vontade de gritar
Um grito alto, louco, dolorido
Um grito tão forte
Para abalar o mundo
E toda uma estrutura infame
Mundo este com suas exigências
De uma falsa sociedade
Tudo é falso e mentiroso
E o tempo passa
E as vezes eu me acalmo
É preciso
Para que eu possa viver
E eu me acalmo, e me calo
Um dia olhando o céu
Vi que meu mundo era de "AMOR"
Levantei meu rosto
Arregalei meus olhos
Escancarei meu riso
Soltei meus cabelos
Abri meus braços
Minhas mãos pequenas, de finos dedos
E o vento forte soprou
Balançou a relva fresca
Acariciou neu rosto
Brincou com meus cabelos
E vi que era um caminhante do tempo
E se é tempo de amar
Vou soltar-me em seus braços
Em seus lábios
Em seu corpo
Vou recordar e cantar com o Beatles
Vou ser um Capitão Fantástico
Eu posso, pois eu sou um jovem de meu tempo
Vou partir agora, o tempo passa
E eu aqui parado
Tenho que decidir
Conheci pela vida o bem e o mal
E aprendi
Agora me vou
Pois o melhor de tudo
De que vi e ouvi
Aprendi e senti
Agora eu posso falar, e posso gritar
O melhor é "AMAR"
"AMAR" a vida
"AMAR" alguém
Ter alguém para "AMAR"
Para pensar
É tempo de ir, é tempo de "AMAR".

Jovem de meu tempo: crônicas e poesias / Maria Alves
1. ed. São Paulo: EDICON, 1996.  ISBN 85-290-
Maria Alves, escritora e minha mãe
Maria Alves, minha mãe com 18 anos, em 1960
A mulher mais linda do mundo!

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