sexta-feira, outubro 19, 2012

Empregos têm saldo tímido no AM

Caged
Resultado para o mês de setembro foi o pior dos últimos dez anos em todo o país, segundo dados do MTE
Jornal do Commercio, publicado em 18/10/2012, A5
Foto: Divulgação
    Os dados divulgados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) mostram que setembro foi o pior mês em termos de criação de postos de trabalho com carteira assinada, desde 2001, depois de mais de uma década – quando a abertura de empregos formais somou 80.028. A série histórica do Caged tem início em 1992.
   
  A criação de empregos formais caiu 28% em setembro deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados pelo MTE. No mês passado, foram criados 150.334 postos de trabalho formais, contra 209.078 em setembro de 2011.
O mercado de trabalho reflete as condições da economia, que apresenta desaceleração neste ano por conta da crise financeira internacional, Segundo o diretor do Departamento de Emprego e Salário do MTE, Rodolfo Torelly, "de certa forma, acompanha o PIB. Em função do cenário internacional (ruim), o cenário ainda é positivo", avaliou.

Distribuição geográfica dos empregos
   As regiões Norte e Nordeste criaram, respectivamente, 86,6 mil empregos e 179 mil postos formais no primeiro semestre deste ano. Já a região Centro-Oeste, por sua vez, abriu 197 mil postos de trabalho.
Por regiões do país, ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o destaque ficou por conta do Sudeste, com 838 mil postos formais abertos nos nove primeiros meses de 2012. Em segundo lugar, aparece a região Sul, com a abertura de 272 mil vagas com carteira.
    
  Na análise do economista Alex Del Giglio, o fato da constante queda na geração de novos postos de trabalho no Brasil, ainda é reflexo da crise internacional que não está bem resolvida, afeta a economia hoje globalizada.
   
  “Com base nos dados divulgados pelo MTE no Amazonas em setembro de 2002 havia uma demanda ajustada em 12.803, em 2011 cresceu para 48.272, e hoje registrou 12.198 a pior marca dos últimos dez anos. Este fato deve-se as incorporações de indústrias e marcas formando conglomerados e investem em tecnologia de ponta e automação e em parte na crise no polo de duas rodas que só em outubro começa a retomada produtiva”, analisou Giglio.
    
   Para Giglio, mais um agravante foi detectado, trata-se da falta de qualificação de pessoal (técnicos e tecnólogos) que vem crescendo e interfere diretamente na geração de emprego e renda. “A oferta é muito maior que a demanda de profissionais disponibilizada no mercado nacional e local. O próprio Governo exige mais qualificação do mercado e pouco estimula a qualificar pessoas, inclusive os projetos de qualificação são voltados para o exterior com poucas vagas e custo alto”, conclui.

Acumulado do ano
   Ainda, segundo dados oficiais, foram gerados 1,57 milhão de vagas com carteira assinada, o que representa uma queda de 24,2% frente ao mesmo período do ano passado 2,07 milhões de empregos formais criados, no acumulado dos nove primeiros meses deste ano. Este é o pior resultado para o período desde 2009, quando foram criados 1,12 milhão empregos com carteira assinada. 

Setores da economia
   Segundo o MTE, o setor de serviços liderou a criação de empregos formais no acumulado deste ano, com 667 mil postos abertos, ao mesmo tempo em que a construção civil foi responsável pela contratação de 273 mil trabalhadores com carteira assinada.
   
   A indústria de transformação, por sua vez, gerou 256 mil postos formais de emprego, enquanto que o setor agrícola abriu 136 mil empregos no período. Já o comércio criou 178 mil postos formais, segundo dados oficiais.

Crise financeira e medidas de estímulo   
   Segundo o analista econômico Alexandro Martello, Brasília/DF a crise financeira internacional tem prejudicado o crescimento de todas as economias ao redor do mundo. Interferiu no resultado com a fraca geração de empregos com carteira assinada.
    
   No começo deste ano, a previsão do governo federal para a expansão da economia estava acima de 4%. Atualmente, já foi revisada para 2% de expansão. Para o mercado financeiro, o crescimento será menor ainda neste ano: de 1,54%.

   Para recuperar o crescimento, a equipe econômica do governo anunciou, nos últimos meses, uma série de medidas, como a redução do IPI para a linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar) e para os automóveis.
   
  Além disso, também reduziu o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento às desonerações da folha de pagamentos, liberou mais de R$ 70 bilhões em depósitos compulsórios para os bancos e vem reduzindo a taxa básica de juros desde agosto do ano passado. Atualmente, os juros estão em 7,25% ao ano – os menores da história.


Fonte: MTE/SPPE/DES/CGET - CAGED Lei 4.923/65
 

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