O popular "Mal do Movimento" pode ser tratado e, inclusive, evitado
Por Carolina Gonçalves Publicado em 20/6/2011
É comum as pessoas sofrerem de náuseas, tonturas e até vômitos em viagens de carro, navio, barco ou avião. O que poucos sabem é que essas complicações têm nome e tratamento específico e são causadas por solavancos, acelerações, desacelerações e movimentações rítmicas ou bruscas que acontecem durante a viagem.
O “Minha Vida” conversou com especialistas no assunto que explicaram por que a cinetose, ou Mal do Movimento, ocorre e como tratá-la.
Por que as pessoas enjoam?
O neurocirurgião do Grupo de Colunas do Hospital das Clínicas Alexandre Meluzzi explica que o órgão responsável pelo movimento é uma extensão no nosso sistema auditivo e possui uma estrutura chamada vestíbulo, popularmente conhecida como labirinto.
O “Minha Vida” conversou com especialistas no assunto que explicaram por que a cinetose, ou Mal do Movimento, ocorre e como tratá-la.
Por que as pessoas enjoam?
O neurocirurgião do Grupo de Colunas do Hospital das Clínicas Alexandre Meluzzi explica que o órgão responsável pelo movimento é uma extensão no nosso sistema auditivo e possui uma estrutura chamada vestíbulo, popularmente conhecida como labirinto.
cinetose |
Os movimentos que nossa cabeça sofre durante as viagens provocam o deslocamento desse líquido, desviando os cílios e gerando impulsos elétricos que chegam até o sistema nervoso central. Nosso sistema nervoso, por sua vez, responde a esses impulsos com a sensação de náusea, podendo a pessoa sofrer enjôos e vômitos.
Os especialistas chamam isso de "vestibulopatia" temporária, cinetose ou Mal do movimento. Alexandre alerta que esse estímulo pode até gerar uma inflamação no órgão do equilíbrio, intensificando os sintomas e causando uma espécie de labirintite.
“Manter uma atitude positiva pode fazer a diferença.”, diz Alexandre
Amenize os sintomas
Feito o diagnóstico médico de cinetose, o paciente deve tomar certos cuidados quando for fazer viagens de carro, navio, barco ou avião.
O otorrinolaringologista Fernando Pochini, do Hospital São Luiz em São Paulo, recomenda que a pessoa escolha lugares no veículo onde a amplitude do movimento seja menor, como o banco do meio do carro ou as partes centrais - no avião ou navio - ao invés das pontas.
No caso dos automóveis, Alexandre também recomenda viajar com velocidade reduzida, fazendo curvas mais largas.
Feito o diagnóstico médico de cinetose, o paciente deve tomar certos cuidados quando for fazer viagens de carro, navio, barco ou avião.
O otorrinolaringologista Fernando Pochini, do Hospital São Luiz em São Paulo, recomenda que a pessoa escolha lugares no veículo onde a amplitude do movimento seja menor, como o banco do meio do carro ou as partes centrais - no avião ou navio - ao invés das pontas.
No caso dos automóveis, Alexandre também recomenda viajar com velocidade reduzida, fazendo curvas mais largas.
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- Não ingerir muito líquido ou alimentos antes de viajar;
- Fazer paradas se possível, no caso dos automóveis;
- Reclinar o banco quando possível;
- Resfriar o corpo;
- Não ingerir álcool, pois ele agrava os sintomas;
- Evitar leitura durante as viagens;
- Não olhar pela janela e para os objetos em movimento;
- Fazer exercícios posturais e de relaxamento;
- Repousar e dormir para ajudar a controlar os sintomas.
A reabilitação do equilíbrio também pode ser feita por meio dos chamados exercícios vestibulares. "São exercícios repetitivos com os olhos, cabeça e corpo com o objetivo de criar um conflito sensorial, provocando o reajuste da função do equilíbrio", explica o otorrino Fernando Pochini. Para mais informações sobre esses exercícios consulte o seu médico.
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Se você já sabe que vai enjoar durante a viagem, uma boa pedida é usar algum tipo de medicamento que iniba os sintomas da cinetose antes mesmo de eles acontecerem. As medicações mais utilizadas são a metoclorpropramida, flunarizina, dimenidrinato e os inibidores centrais do vômito, como a ondansetrona. É importante ressaltar, porém, que todo medicamento deve ser indicado por um médico de confiança.
A ação desses medicamentos é simples. De acordo com Alexandre Meluzzi, elas podem inibem receptores dos núcleos centrais e controlam os sintomas de forma muito eficaz.
"No entanto, esses medicamentos diminuem a atividade encefálica, reduzindo os reflexos motores, diminuindo a percepção periférica de estímulos e causando sonolência", alerta Alexandre. Por isso, não devem ser utilizados por quem vai dirigir ou pilotar em hipótese alguma.
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"O chá deve ser consumido três vezes ao dia de viagem, de dois a quatro gramas da planta em forma de raiz fresca para cada 150 ml de água" diz o clínico, que completa: "Acupuntura também possui evidência científica de atuar na doença do movimento. Uma aplicação de agulhas pode ser feita antes da viagem".
Também há especialistas que indicam a vitamina B6, presente no arroz integral, gérmen de trigo, aveia, amendoim, nozes e batata, e o magnésio - presente nas folhas verde-escuras, tais como espinafre e escarola - para ajudar a diminuir os sintomas.
Passei mal! E agora?
Se não teve jeito e você passou mal mesmo, os especialistas recomendam o uso de medicamentos antivertiginosos, sempre com supervisão médica.
Além disso, Alexandre lembra a importância da hidratação e reposição de sais minerais perdidos com os vômitos. O chá de gengibre, segundo o clínico Alex, também pode ser tomado após a manifestação dos sintomas.
Se não teve jeito e você passou mal mesmo, os especialistas recomendam o uso de medicamentos antivertiginosos, sempre com supervisão médica.
Além disso, Alexandre lembra a importância da hidratação e reposição de sais minerais perdidos com os vômitos. O chá de gengibre, segundo o clínico Alex, também pode ser tomado após a manifestação dos sintomas.
Comentários:
Ricardo
Eu tb passo mal não só em viagens de carro mas tb na cidade onde pego ônibus. Faço as mesmas coisas que a Sandra disse evita bastante o enjôo. O problema é vc encontrar algum lugar na frente no ônibus ou no carro. Vou experimentar agora fechar os olhos... Se alguém souber desses exercícios vestibulares nos conte.
23/06/2011 as 13:30
SANDRA HERMES DE ALMEIDA FURTADO
Nossa!!! eu sempre quis saber o nome desse problema, pois eu sinto isso desde pequena, mas o problema é maior pra mim quando leio alguma coisa dentro do carro, não posso ler nada de jeito algum, nenhuma frase sequer em livro, revista, manuais etc... agora sei como é que acontece com o cérebro. Valeu pelo conhecimento. bjs.
23/06/2011 as 10:08
Humberto Dória Silva
Gostaria de destacar que a redução da percepção de estímulos periféricos reduz o efeito da divergência com os estímulos centrais, pois, enquanto o vestíbulo trata do movimento para os comandos preditivos do equilíbrio, a visão reto-alimenta o resultado das ações do equilíbrio, então, o erro de refração no olho pode causar a divergência entre a informação periférica e a informação central. Conclusão: a redução dos estímulos periféricos reduzem os efeitos das divergências, assim como, a redução dos estímulos centrais também reduzem os efeitos das, então,manter os olhos fechados durante todo o percurso também pode resolver o problema.
23/06/2011 as 02:36
Sandra Regina
Focalizar um ponto e, por alguns instantes permanecer olhando pra ele faz com que o seu cérebro se oriente espacialmente e entenda sua posição. Mesmo que o balanço da condução continue, seu cérebro estando orientado não terá enjôos. Quando faço viagens de carro ou ônibus SEMPRE vou no banco da frente, pois, a via é meu referencial visual de orientação.
22/06/2011 as 23:04
CLODOALDO EVANGELISTA
Agora entendi porque eu sempre fico um pouco enjoado quando leio dentro do ônibus, e quando estou com fome a sensação é ainda pior.
22/06/2011 as 13:08