domingo, agosto 07, 2011

Manaus terá áreas para empinar pipas

PIPÓDROMOS
Projeto, aproado ontem, vai à sanção do prefeito e ganhou aplausos dos motociclistas, preocupados com a segurança
Por Ana Célia Ossame
Da equipe de A Crítica
Imagem de divulgação
     A divergência quanto a nomenclatura não atrapalhou a aprovação do Projeto de Lei na Câmara Municipal de Manaus (CMM), que ganhou aplausos dos motociclistas profissionais. O projeto de autoria do vereador Gilmar Nascimento (PSB), determina a criação de ”pipódromos”, locais destinados à prática de empinar pipas ou papagaios de papel.
     O projeto, que vai a sanção do prefeito Amazonino Mendes, terá um substitutivo de outro, dos vereadores Cida Gurgel (PRP) e Homero de Miranda leão Neto (PHS), que proíbe o uso do cerol. Motoqueiros que trabalham na entrega de medicamentos como Naílson Pavão da Costa, 23, e Gutemberg de Andrade França, 36, aplaudiram a iniciativa. “Trabalhamos sempre atentos e já nos livramos de acidentes com linhas de papagaio”, afirmam.

Ilustração
    O vereador justificou a importância de reunir os dois projetos tratando de assuntos similares por conta do objetivo, que é o de proteger as pessoas que transitam de motocicletas na cidade e que podem ser atingidas nas vias públicas, de forma grave pela linha usada para empinar as pipas ou papagaios de papel. Segundo ele, em pronunciamento na CMM, o perigo é tamanho que as linhas com cerol são como espadas afiadas e prontas a atingir uma pessoa até fatalmente.
     Segundo Gilmar, com a proibição do uso do cerol nas linhas usadas na brincadeira, a ideia de criar espaços destinados a quem queira soltar pipas não vai inviabilizar uma prática secular e tradicional entre os manauenses. Pelo contrário, vai permitir aos que gostam dela que possam ter locais definidos e liberados para isso, sem causar qualquer risco a quem quer que seja.

Busca rápida
Ilustração
Alguns vereadores só divergiram sobre a nomenclatura dos locais a serem definidos pela PMM para os “pipódromos”. O líder do prefeito, Leonel Feitosa (PSDB), disse que esse nome pode levar as pessoas a usarem os locais com outros objetivos mais voltados a uma necessidade básica do ser humano, já Homero sugeriu o nome de “papagaiódromo”.

Antenas serão obrigatórias
     A partir de amanhã, entra em vigor uma resolução do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que estabelece a antena anti-cerol como um dos requisitos de segurança para o transporte remunerado de passageiros de cargas em motocicleta e motoneta.
     Para efetuar o registro, os veículos deverão estar dotados de equipamento de proteção para pernas e motor, aparador de linha e dispositivo de fixação permanente ou removível para o passageiro ou para a carga.
     Não há dados sobre acidentes com linhas de papagaios de papel nas unidades de saúde porque eles são registrados como cortes, mas quando eles se tornam notícia, em geral são causa de morte. O último aconteceu em São Paulo, no dia 29 de julho passado, onde um policial militar morreu ao ser atingido por uma linha com cerol, que é uma mistura de cola de vidro picado que é passada na linha para deixá-la cortante.
     Além dos riscos para a vida de pessoas em motocicletas ou nas ruas, as linhas com cerol provocam transtornos também ao usuário de energia elétrica porque destroem a fiação elétrica, provocando corte no fornecimento de energia.
Matéria do jornal a crítica, caderno Cidades

Na minha opinião:
     O texto redigido pela colega está um pouco confuso, do tipo “tudo junto e misturado”, mas com toda certeza serve de informação positiva e alerta para a população que convive com os perigos que representa as linhas de empinar pipas, cobertas pela famigerada cortante ou cerol. E que já fez muitas vítimas fatais e algumas sobreviventes com graves sequelas deixadas pelos cortes profundos, já que a base desta mistura é o vidro triturado com cola. Também foi citada a prática de empinar pipas ou papagaios de papel que é milenar e considerada um esporte familiar. Deve ser realizado com segurança em local apropriado e sem a necessidade de utilizar o cerol, que é o vilão desta prática esportiva transformada em uma prática predatória e cruel. 
Ilustração

     Lembro-me das tardes de verão nos domingos, em que meu pai levava meus irmãos para empinarem pipas no campo gramado da Cidade Universitária (USP), era um tipo de competição com pipas imensas de vários formatos sendo empinadas com linha de nylon e apoiadas nas carretilhas de madeira, confeccionadas pelos pais da garotada. Meu irmão mais velho chegou a ganhar uma das modalidades empinando uma pipa em forma de águia, meu pai chegou em casa todo orgulhoso com meus três irmãos. Pena que naquela época, as meninas não podiam participar (eram meados de 1970-1975).
     Quanto a polemica instaurada sobre a nomenclatura (o tal nome) do local a ser praticado este esporte, cá entre nós, se o “povo” for confundir pipódromo com pipizódromo, então é prudente instalar vários mictórios e banheiros públicos adequados no local. Os vereadores acertam na proposição sobre lazer, esporte e segurança, mas esbarram num detalhe insignificante dentro deste contexto, fala sério pessoal da CMM.

0 comentários: