Representantes do setor produtivo amazonense avaliam que as promessas do governo federal precisam ser cumpridas
Jornal do Commercio, publicada em 17/10/2012, A6
Representantes do comércio e da indústria ponderam sobre o otimismo demonstrado pelo ministro Edison Lobão ao garantir que o fornecimento de energia em Manaus e na Região Metropolitana será saneado com a implantação do novo sistema elétrico de transmissão energia em 2013. É com cautela que analisaram
O linhão é um projeto que está no papel a
mais de dez anos, lembrou o economista-chefe da Fecomercio, José Fernando Silva, são mais de duas décadas que os amazonenses esperam por uma
solução para o fornecimento de energia. “Já não é sem tempo, nós esperamos que
esse projeto seja materializado para resolver a continuidade do fornecimento de
energia limpa para as cidades no Amazonas, temos que ver essa expectativa de 20
anos realizada”.
Foto: Walter Mendes |
Certa desconfiança ainda reside na avaliação dos empresários diante do atraso na implantação dos projetos de integração pretendidos
O interior está se esvaziando
porque não há energia, foram criadas expectativas de que tudo se resolve com
incentivos fiscais. “Esqueceram de que é necessário viabilizar os projetos incentivados
com a logística de abastecimento de insumos e escoamento dos produtos através
de infraestrutura com estradas, hidrovias, energia contínua. Hoje (16), tivemos
mais de quatro picos de energia seguidos de interrupções” observou José
Fernando.
Segundo o vice-presidente da FIEAM (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) Nelson Azevedo, havia uma expectativa de
conclusão da primeira etapa do linhão para janeiro, mas que foi prorrogada para
maio de 2013 a interligação com a Usina de Tucuruí. “Nós da Fieam estamos
promovendo reuniões com as indústrias e com a Eletrobras Amazonas Energia, para
chegarmos a um consenso de fornecimento de energia contínuo e de boa qualidade
para viabilizar os novos projetos”, informou.
Na visão da indústria está havendo uma
exploração com instalações de grande porte ao longo da AM-010 até chegar a Rio
Preto da Eva, estimuladas pelo prolongamento da linha de transmissão, onde está
instalada a subestação de Lechuga. Fato que acaba desencadeia a possibilidade
de criação de um rodoanel para escoamento da produção industrial atendendo a um
dos itens das cinco variáveis condicionais estrutural, garantindo a
viabilização da aprovação de novos projetos industriais incentivados.
“Ao observar o mapa da malha elétrica do
país, encontraremos a região Norte limpa, e agora contamos com aporte de
investimento a partir do linhão, prometido no início do governo Dilma Rousseff”,
completou Azevedo.
Enquanto não sair do papel, a Eletrobras Amazonas Energia garante suprir as necessidades das indústrias instaladas ao longo da AM-010 até Rio Preto da Eva, com uma energia limpa e contínua, e que as interrupções temporárias, conhecidas por apagão, deixarão de ocorrer.
Na análise do economista André Frazão, a
implantação do novo Sistema de Transmissão 2013 chegou em boa hora, quando a
economia está aquecida, e precisa contar com um fornecimento de energia
elétrica contínuo e limpo, garantindo a boa fluidez dos setores industrial,
comercial e de serviços na cidade e região Metropolitana.
Também, alertou para a questão da perda
energética durante o processo de geração, transmissão e distribuição que chega
40%, fato preocupante que precisa ser saneado na sua origem, com a eliminação
das ligações irregulares, clandestinas, os famosos ‘gatos’.
“Se o novo sistema energético não resolver
vai pelo menos melhorar muito o contexto. Mas precisamos resolver o problema das
ligações clandestinas. O Prosamim ajudou a diminuir os ‘gatos’ organizando o
fornecimento de energia residencial, ainda ficas as perdas localizadas nas
periferias, das indústrias e comércios”, lembrou Frazão.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,
esteve na segunda-feira (15) em Manaus, visitou o canteiro de obras da subestação
de Lechuga, no Km 21 da AM-010, inserida no projeto de expansão da Eletrobras
Amazonas Energia, assinou o contrato para implantação da Usina Termelétrica
Mauá 3, em cerimônia aberta para convidados e imprensa, realizada na Sede do
Governo do Estado do Amazonas, localizada na Compensa.
Durante coletiva de imprensa, o ministro Lobão
garantiu que o abastecimento de energia elétrica em Manaus será permanentemente
firme e confiável. A ligação de energia possui três trechos de obras, num total
de 1800 km com várias subestações pelo caminho, com investimento de R$ 3,8
bilhões para trazer energia firme e permanente para Manaus. E, também para o Amazonas, passando por outras
regiões, afirmou.
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