CIGÁS
A
metade da energia elétrica consumida em Manaus já é proveniente do gás natural
distribuído pela Cigás
(Companhia de Gás do Amazonas). Foram necessários 48 quilômetros de gasoduto
construídos em menos de três anos para abastecer 50% da capital amazonense. A companhia investiu R$ 150 milhões em obras
já realizadas nos municípios do Amazonas e deverá investir mais R$ 100 milhões
nos próximos três anos para concluir as obras do Plano de Desenvolvimento Estratégico
Cigás, contemplando o Distrito Industrial com prioridade.
De
acordo com o diretor técnico comercial da Cigás, Clóvis Correa Junior a obra
que vai levar o gás natural para as empresas instaladas no Distrito Industrial
segue prioritariamente nos canteiros centrais e nas calçadas, evitando danos
nas vias públicas. Nas vias já pavimentas a companhia deverá utilizar o método
Furo Direcional sem a necessidade de abrir a vala.
“O método é mais caro que o
convencional, mas com os ganhos no custo de recapeamento, com a fluidez do
trânsito e evitando danos no pavimento, compensam o investimento, que acabam
sendo muito menores”, justificou.
A Cigás pretende implantar em
Manaus o modelo de sucesso implantado pela companhia em outros estados, que
funciona através da criação de um comitê de concessionárias que realizam obras de
telefonia, água e saneamento, energia, dentre outras, e que venham fazer
intervenção na cidade possam compartilhar o cronograma de obras de seis meses,
e negociem para que todos possam realizar seus objetivos em uma única obra.
“O objetivo da criação do
comitê de concessionárias é evitar: o retrabalho nas vias públicas, danos ao
pavimento e problemas de trânsito que já é complicado. A sugestão foi dada, e
acredito que tem chance de vingar, principalmente com as prefeituras”, adiantou
o executivo.
Segundo
Correa no âmbito federal já houve reuniões entre a Cigás, Suframa, Seinfra e a
construtora responsável pela obra de recuperação das ruas do Distrito
Industrial, de modo a otimizar os recursos. “Não faz sentido eles fazerem a
obra e depois a Cigás abrir uma vala para levar o gás natural nas indústrias já
instaladas”, disse.
Malha do gasoduto
No
Amazonas a malha do gasoduto alcançou 48 quilômetros em menos de três anos. Atende
sete usinas termoelétricas, significa que metade da energia elétrica consumida
em Manaus já é proveniente do gás natural.
Além da Amazonas Energia,
distribuidora que consome gás natural para geração termoelétrica, os maiores
consumidores na capital relacionados pela Cigás são as empresas Ambev (Companhia de Bebidas das
Américas), Recofarma do Grupo Coca-Cola, Vídeolar, Ceras Johnson, Neotec Pneus,
Procoating e Carboman.
No comércio a companhia fornece para o Shopping Ponta
Negra e para alguns postos de combustíveis da cidade. Até junho de 2014 serão
interligadas mais 10 clientes, sendo dois postos e oito indústrias, algumas
localizadas no Distrito Industrial 1 e 2, onde já foram iniciadas as obras com
previsão de conclusão em meados de 2015.
Trajetória do gás
No
dia 1º de dezembro a Cigás completou três anos de atuação no Amazonas. Em 2011
começaram os trabalhos levando gás para as termoelétricas da região. No ano
seguinte foi concluída a Fase 1 do setor industrial e no período de 2013 a 2015
será realizadas as Fases 2, 3 e 4 que levará o gás para as indústrias
instaladas no Distrito Industrial 1 e 2, na avenida Torquato Tapajós e nas
rodovias AM-010 e BR-174. Algumas fábricas serão ligadas ao sistema de gás natural
ainda neste ano, dentre elas está a Quatzolit Rejuntamento e AMS Fármacos
instaladas na AM-010.
Segundo
Correa, estes são os planos de desenvolvimento estratégico que a Cigás realiza
prioritariamente para suprir a economia industrial local. A partir de 2016 os
planos se voltam para o varejo, visando a distribuição de gás natural no
comércio e nas residências.
“Nossos planos de desenvolvimento se resumem em
levar o gás natural para a indústria, veículos e para a população. É um
pare-passo, onde não se tem nem estrutura física e do ponto de vista econômico
correria o risco de onerar de mais as tarifas e incompatibilizar investimento
com retorno. A tarifa é como uma concessão de serviço público”, antecipou.
A Cigás é a concessionária pública responsável pela
distribuição do Gás Natural no Estado do Amazonas. Foi criada pela lei
2.325 de 8 de maio de 1995.
Cigás x Petrobras
Segue a polêmica
entre a Petrobras estatal responsável pela exploração e extração de
combustíveis (gás, óleo e outros) travada com a Cigás companhia estadual criada
com o objetivo de distribuir todo o combustível na forma de gás extraído em
solo pertencente aos estados da federação. A discussão gira em torno da divisão
do lucro: quem fica com a maior fatia.
O que corresponde à distribuição do
combustível extraído no Campo Azulão, como é conhecida a área do poço de
gás natural localizada entre Silves e Itapiranga, municípios do interior. Uma
mostra do potencial econômico da Cigás, que está prestes a ser 100% privatizada
pelo Governo do Estado do Amazonas. Segundo
o presidente da Cigás, Lino Chíxaro “o Estado já
fez a sua parte na criação e no desenvolvimento da Companhia”. O Estado tem 17%
das ações da Cigás, os outros 83% pertencem a Manausgás.
O projeto da Petrobras
é construir uma termelétrica de 100 megawatts no município distante 204
quilômetros a leste de Manaus, e interligá-la ao SIN (Sistema Interligado
Nacional) por meio do Linhão de Tucuruí. A polêmica está no projeto da estatal,
que excluiu a Cigás, que por consequência, o Estado deixa de recolher os
tributos do serviço, tendo como lucro royalties, somente. O projeto original da
Petrobras, segundo Chíxaro, previa apenas que o gás de Silves alimentasse o
sistema nacional sem que a cidade fosse beneficiada com a produção de energia
elétrica.
De acordo com a
Cigás na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que rege a
vida dos brasileiros, a atividade de gás foi segregada. Parte é competência
federal e parte é competência estadual, onde exploração e produção são do
âmbito federal com a anuência da União. Já a distribuição do gás natural é
regulada pelos estados até chegar ao consumidor final.
“A Constituição Federal
de 1988 é clara quanto a essa questão. Essa é a grande discussão, mas tem essa
questão de entendimento em que as partes estão conversando para chega a um
entendimento. Mas existe uma questão maior, a constitucional que é material
legal, com leis que tratam da matéria, mas acima de tudo é uma questão
constitucional que é mãe de todas as leis”, defendeu o diretor comercial.
TERCEIRO SIMULADO DE EMERGÊNCIA
A Cigás realizou ontem (11) a
terceira edição do seu Simulado de Emergência. A ação aconteceu na Av.
Constantino Nery, em frente à Arena da Amazônia, e tem por objetivo preparar
adequadamente equipes para em caso de situação de emergência com gás natural,
atuarem de forma ágil e eficiente.
O Simulado contou com a
participação do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual e Municipal, PM
(Polícia Militar), Manaustrans, Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas), Semmas (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade),
Arsam (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do
Amazonas), Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e SSP-AM (Secretaria
de Segurança Pública do Amazonas), todos fazem parte do PAE (Plano de Ação de
Emergências) da Cigás.
O
diretor da companhia explicou que na natureza só ocorre o fogo se tiver o
triângulo do fogo, nada mais é que o combustível (gás, óleo, outros), o comburente
(ar) e uma ignição, sem os três casados não haverá fogo na natureza. Clóvis
Correa afirmou que o combustível no caso do gás precisa estar em uma
concentração de 4% a 14%, nessa faixa é o limite de inflamabilidade. Menos de
4% de concentração de gás no ar não há combustão e mais do que 14% também não
há combustão.
“Por exemplo, dentro de um gasoduto o risco de explosão é
impossível, porque não tem ar dentro do gasoduto, só tem gás, então é
impossível. Só acontece em filme como Duro de Matar 3 que é pura ficção, na
natureza não ocorre, é impossível”, garantiu.
A
Cigás utiliza aço carbono na construção do gasoduto por ser superior em
resistência e eficiência, se comparado a outros tipos de materiais utilizados
para esta finalidade. Sobre as explosões nos dutos que aconteceram na cidade do
Rio de Janeiro (RJ), onde bocas de lobo foram arremessadas com forte pressão,
após as explosões, Clóvis Correa, explicou que a rede de canalização de gás tem
mais de 100 anos de existência e, que foram construídas com ferro fundido e
solda muito antiga, do tipo ponto e bolsa que não são mais utilizadas.
“Há
redes no Rio e em São Paulo que estão se deteriorando por ser centenárias, que
serão substituídas por redes de polietileno num grande trabalho contínuo. Mesmo
com todo o cuidado, numa rede antiga pode acontecer gerar uma situação
indesejada. Ma teve casos de explosões no Rio que não era de gás, era de
energia elétrica”, esclareceu.
A
simulação é um exercício continuo de aprimoramento, por isso é realizado
anualmente pela Cigás. Há empresas de gás que fazem a simulação a cada dois ou
três anos, já a companhia realiza anualmente porque é necessário começar de
forma correta, detectando qualquer tipo de falha na rede de dutos com a
prevenção simulada. Nos três anos de operação da companhia no Amazonas não há
registro de sinistro.
“Temos
um cuidado preventivo, com uma série de ações para evitar esse tipo de
sinistro. Mas caso ocorra é fundamental que todas as equipes saibam exatamente
o que fazer, é fundamental”, informou.
Desde
o primeiro simulado todas as equipes parceiras do estado e do município estão
presentes. “O simulado de emergência é uma forma de testar o PAE (Plano de Ação de
Emergências) e verificar se o roteiro de ações conjuntas num cenário de
acidente é adequado para solucionar o sinistro”
A equipe do Corpo de
Bombeiros foi a primeira a chegar ao local durante os três simulados, logo em
seguida chegou a Polícia Militar e em terceiro a equipe da Cigás. É o
reconhecimento do preparo estratégico que possui o Corpo de Bombeiros no
combate ao fogo, e tantos outros sinistros que envolvam a população.
Os
resultados indicaram que a maior probabilidade de chegarem primeiro ao local do
acidente, foi então que se verificou a necessidade de equipar de forma adequada
com os Spygas detectores de vazamento de gás adquiridos pela Cigás e doados ao
Corpo de Bombeiros.
“É obvio que as duas corporações serão as primeiras a
chegar, porque possuem quart eis e postos estratégicos por toda a cidade,
inclusive com ronda motorizada, por isso a companhia decidiu equipar o Corpo de
Bombeiros com o Spygas. E hoje constamos uma maior eficiência durante a
simulação”, concluiu Clovis Correa Junior para o jornal do Commercio.