Boa leitura.
Irmãos campeões no Tatame buscam
patrocinadores
Por Tanair Maria
Jornal do Commercio, publicado em 03/9/2012, C1
Dois jovens irmãos são destaque em lutas marciais na modalidade
Jiu-Jítsu, iniciaram cedo na prática esportiva e já conquistaram mais de 22
medalhas em campeonatos regionais nacionais e agora se preparam para as
competições internacionais. Eles são Willis da Mota Nunes (16) e Lucas Gabriel
Sobreira Freire (4) praticam Jiu-Jítsu na Academia ASLE.
Como tudo começou
Desde pequeno Willis Nunes assistia as lutas
marciais na televisão, gostava de jogar bola, aceitou o convite de um primo
para praticar o Jiu-Jítsu juntos, foi assim que tudo começou. Ele luta desde os
10 anos, seu maior incentivador é o pai Paulo Jorge Nunes, sem esquecer-se do
treinador Henrique Machado. Usando a faixa branca e com apenas quatro semanas
de treinamento Willis Nunes destacou-se dos demais aprendizes e foi inscrito
para participar de torneio regional. Ganhou em primeiro lugar na primeira luta,
logo na melhor de três. Com aquela vitória, passou para faixa laranja,
intensificou os treinos e em 2009 conquistou o vice-campeonato na Copa América
de Jiu-Jítsu, e seguiu na carreira vitoriosa.
Apoio da família
Quem faz questão de acompanhar e
incentivar a continuar no esporte, é o pai “coruja”. Houve um tempo em que o
garoto quis parar de treinar e de estudar, por conta de problemas pessoais. Mas
foi passageiro porque o pai se fez presente e aconselhou o filho a voltar a
estudar e praticar o Jiu-Jítsu. Agora Willis está dedicado, participou das
olimpíadas de matemática, fala com orgulho o pai, “Ele está bem sucedido na
luta até agora, espero que ele melhore, mais ainda, todo dia a gente aprende
mais um pouco. Eu só babo de alegria e orgulho, pelos meus filhos”. Já o pequeno
Lucas quando ganhou o campeonato brasileiro o orgulho do pai dobrou, são dois
filhos campeões de Jiu-Jítsu.
O pequeno
Lucas sorri quando está lutando e ganha com sua faixa branca, “Eu fico feliz,
quando eu bato forte e ganho, aí ele (o árbitro) levanta minha mão”
Do esporte surge lição de vida com as
lutas marciais
Com a prática do esporte Willis tirou lição
de vida, mesmo com tão pouca idade, “Lutar Jiu-Jítsu significa que melhorou
bastante minha vida me trouxe muitas coisas boas, voltei a estudar e treinar com
mais disciplina e concentração, e ganhei muitas medalhas” afirmou o atleta
juvenil.
Foram 22
medalhas em seis anos de luta no tatame.
Rumo aos Estados Unidos
Hoje com 16 anos Willis Nunes vai participar
da seletiva em Natal/RN, garantir vaga para disputar o Campeonato Internacional
de Jiu-Jítsu na Califórnia/EUA em 201. Ele treina na academia ASLE uma hora e
trinta minutos pela manhã, três horas pela parte da tarde e a noite são duas
horas de treinamento, sempre assistido pelo técnico. Willis, já completou o
ensino médio e está se preparando para o vestibular, faz inglês e pretende se
formar em educação física.
Busca por patrocínio
Durante a
visita ao Jornal do Commercio, o pai e orientador dos atletas campeões, abre
seu coração para pedir apoio de empresários para que os dois filhos continuem
praticando o esporte e participando dos campeonatos regionais, nacionais e
internacionais.
“O fato de estarmos aqui é que não tenho
condições de bancar com os custos para manter os dois garotos. Estamos na busca
por patrocinadores. Eu garanto, quem for patrocinador não vai se decepcionar, eles
já são campeões”.
Os dois garotos tem um grande talento pra luta, venceram todas as
competições realizadas este ano desde março à exemplo do Amazon Open
(março); Copa América (abril); Campeonato Brasileiro (maio) e Seletiva do
Mundial (junho) Vale resaltar que os garotos estão no inicio de carreira terão
muito chão até chegar a faixa preta, onde, todo atleta almeja chegar.
A Federação Amazonense de Jiu-Jítsu
Esportivo (FAJJE)
Criada com o intuito de alavancar o
Jiu-Jítsu no estado do Amazonas, realizar eventos, federar atletas e academias,
e em futuro próximo profissionalizar esse esporte. Filiada a CBJJE
(Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Esportivo), a FAJJE tem total respaldo
para regulamentar tudo que for concernente ao Jiu-Jítsu esportivo no Amazonas.
Num momento de reflexão voltado para
as artes marciais, o vice-presidente da FAJJE, Márcio Pontes, acredita ser um
grande período com a explosão do UFC/MMA no Brasil e com grandes resultados
alcançados pelo Jiu-Jítsu e por ter hoje a maior referência do Amazonas, José
Aldo Jr. Detentor do Cinturão do UFC na categoria Pesos Pena e serve de exemplo
pra garota.
“Tenho um conceito muito forte quando
se fala em educar através do esporte independente de qual seja, ESPORTE e
CULTURA é CULTURA e EDUCAÇÃO quando toda a sociedade enxergar, que para não
perdermos nos jovens adolescentes para a marginalidade, pessoas como nós
estaremos sempre nessa luta em busca do resgate social”, declarou Márcio
Pontes.
A história
Segundo alguns historiadores o
Jiu-Jítsu ou "arte suave", nasceu na Índia e era praticado por monges
budistas. Preocupados com a autodefesa, os monges desenvolveram uma técnica
baseada nos princípios do equilíbrio, do sistema de articulação do corpo e das
alavancas, evitando o uso da força e de armas. Com a expansão do budismo o
Jiu-Jítsu percorreu o sudeste asiático, a China e, finalmente, chegou ao Japão,
onde se desenvolveu e popularizou-se. Chegou ao Brasil em 1915 pelas mãos de
Conde Koma, quando no ano seguinte conheceu Gastão Gracie e juntos difundiram o
Jiu-Jítsu no país. Em 1925, abriu a primeira Academia Gracie de Jiu-Jítsu no
Rio de Janeiro, agora com os filhos. A família Gracie é muito respeita pelas
grandes conquistas em diversas modalidades das artes marciais, inclusive no MMA
(Mixed Martial Arts).
www.jcam.com.br
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