Profissões
Gerente de identidade visual, de
comunidade, de projetos e marketing online são apontadas como variações do
mercado
Por
Olívia de Almeida
Jornal
do Commércio, publicado em 12 e 13 de agosto de 2012, B1
Com salários de R$ 7 mil a R$ 45 mil, a pesquisa da Michael
Page, consultoria de recrutamento especializado apontou que há sete profissões
que suprem as necessidades de um mercado em constante transformação. “Esse
estudo nos ajudou a entender como o mercado de trabalho vem se adaptando às
variações da economia e ao comportamento das empresas”, disse o headhunter da
Michael Page, Felipe Mançano.
Realizada em cinco países (Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha,
França e Brasil), a pesquisa da Michael Page destaca as profissões: gerente de
treinamento em varejo, gerente de identidade visual, gerente de comunidade,
gestor de reestruturação, gerente de projetos, gerente de relações governamentais
e gerente de marketing online. “Essas carreiras já são realidade e terão cada
vez mais demanda. No entanto, é possível que com o tempo surjam novas e outras
desapareçam”, comentou Mançano.
Ele disse acreditar que a demanda para essas carreiras surgiram
por três fatores, uma delas, é a forma como as empresas passaram a olhar para
o consumidor. “Outra é a necessidade delas em causar impacto na sociedade e
terem um posicionamento perante a sociedade”, afirmou o headhunter da Michael
Page, que ressalta que o outro motivo é o da visão mais profunda do negócio.
“Em que o empresário passa a ver as coisas como projeto, com começo, meio e
fim e a adotar estratégias para cumprir”, informou.
Segundo Felipe o mercado
hoje exige das empresas um dinamismo maior, e com isso surge a necessidade do
profissional estar preocupado para as demandas do cenário. “Como a maioria
dessas carreiras não possui cursos de especialização, a experiência adquirida
pelos profissionais serão o diferencial”, avalia.
Qualificação
Aumentar os
lucros? Tirar mercado dos rivais? Liderar o setor? Se você pensa que esta é a
maior preocupação dos presidentes de empresas que operam no Brasil, parabéns:
resposta errada. Para quase 90% deles, o maior desafio é o (sofrível) nível de
qualificação dos profissionais. Este foi o percentual de CEOs brasileiros que
manifestaram preocupação com a qualidade da mão de obra no Brasil, em pesquisa
da área de consultoria da IBM. O estudo é realizado a cada dois anos. Desta
vez, foram ouvidos 1.700 CEOs em 64 países. Segundo o estudo, a preocupação dos
brasileiros com a qualificação profissional só cresceu - um sinal de que a
formação profissional não acompanha o ritmo de expansão das empresas.
Dinamismo
Já foi o
tempo em que o profissional que sabia falar inglês tinha vantagem em relação a
seus colegas. Hoje, para liderar projetos de âmbito global, é fundamental ter
outras competências. Entender a realidade e a cultura dos países com que está
trabalhando é uma das características que o profissional tem de desenvolver. A
pessoa que tem uma visão global acaba se destacando nos projetos que não envolvem
só o Brasil. "Quem está conectado, é multifuncional e multicultural tem
mais chances de se desenvolver", diz Sherban Leonardo Cretoiu, professor e
coordenador do núcleo de negócios internacionais da Fundação Dom Cabral.
Conheça as profissões:
Gerente de treinamento do Varejo
O que faz: treina os funcionários de cada ponto de venda da
empresa. Antes, o costume era que a empresa adotasse um treinamento-padrão para
todos os funcionários que lidam com o público; hoje, considera-se mais
produtivo contar com profissionais que elaboram programas específicos conforme
as características dos consumidores locais.
Formação: administração de
empresas, recursos humanos e psicologia.
Quem contrata: empresas do setor de varejo
Salário médio: R$8 mil a R$12 mil
Gerente de Identidade Visual
O que faz: em redes varejistas, é encarregado de talhar cada
ponto de venda ao perfil do público que o frequenta. Ele define, por exemplo,
a linha de produtos que deve ganhar destaque em determinada loja, a maneira
como seus vendedores devem abordar a freguesia e as ações promocionais mais
proveitosas. Deve, enfim, cunhar uma identidade para a loja ao mesmo tempo em
que cuida para que ela não se sobreponha à imagem da marca nem entre em choque
com ela.
Formação: publicidade e propaganda,
marketing e administração, com experiência em varejo.
Quem contrata: empresas do setor de varejo, em especial no segmento de luxo.
Salário médio: R$8 mil a R$12 mil
Gerente de comunidade
O que faz: atua diretamente na comunicação com o consumidor por
meio de redes sociais, blogs e fóruns online. É responsável, por exemplo, por
impedir que as reclamações sobre um produto ou serviço de sua empresa
divulgadas no Twitter ou no Facebook se transformem em virais negativos na
internet.
Formação: marketing e
publicidade e propaganda.
Quem contrata: agências de comunicação e empresas que atuam nas redes sociais.
Salário médio: R$7 mil a R$10 mil
Gestor de reestruturação
O que faz: nos bancos, gerencia a carteira de clientes
endividados, que abrange as empresas em dificuldades decorrentes, principalmente,
da crise econômica de 2008. Embora grande parte dos gestores de reestruturação
atue no setor bancário, há profissionais também dentro das companhias, com a
missão de colocar a situação financeira da empresa nos eixos.
Formação: gestão e
administração de empresas, economia e engenharia, com pós-graduação em
finanças e experiência comprovada em áreas de risco de crédito.
Quem contrata: instituições financeiras e empresas de grande porte do setor
privado.
Salário médio: R$14mil a R$24mil
Gerente de projetos
O que faz: joga no meio de campo entre o departamento de TI e
as demais áreas da empresa. Por um lado, ele leva as necessidades dos
diferentes departamentos da companhia aos técnicos de sistemas da informação.
No caminho inverso, aponta aos funcionários as limitações dos recursos de TI.
Como ele dialoga com grupos que muitas vezes não se entendem — tecniquês e
juridiquês, por exemplo, são dois idiomas distintos —, a capacidade de
comunicação é a sua principal característica.
Formação: engenharia e informática.
Quem contrata: médias e grandes empresas de todos os segmentos.
Salário médio: R$12mil a R$20mil
Gerente de relações governamentais
O que faz: é o interlocutor da empresa junto a órgãos
governamentais e agências reguladoras, como Anatel e Aneel. Sua área de
atuação é vasta: inclui desde questões legais até assuntos socioambientais.
Por isso, o cargo exige um profissional que tenha grande capacidade de
comunicação e, ao mesmo tempo, muito conhecimento e aptidão para os meandros da
burocracia — uma combinação difícil, que, quando preenchida com eficiência,
pode levar aos mais altos salários entre aqueles oferecidos por essas novas
profissões.
Formação: comunicação,
direito, administração de empresas, relações internacionais ou ciências
sociais, de acordo com a área de atuação da companhia.
Quem contrata: empresas de grande porte, principalmente aquelas sob a
supervisão de órgãos reguladores.
Salário médio: R$12mil a R$45mil
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