COMÉRCIO EXTERIOR
Baixa atividade na indústria reflete queda nas importações
O Amazonas registrou queda de
8,52% nas importações, em 2014. O volume chegou a US$ 12,92 bilhões contra US$
14,13 bilhões gastos em 2013. A China aparece no topo da lista do Mdic com US$
4,94 bilhões uma queda de 11,67% na comparação com US$ 5,59 bilhões de produtos
importados em 2013. A Moto Honda da Amazônia Ltda., confirma o índice,
registrando uma queda de 16% nas importações do ano passado com US$ 553,01
milhões, contra US$ 658,30 milhões registrados no ano anterior.
Na contra mão do indicador do
Mdic, a empresa Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda., ampliou seu volume de
importação em 14,53% contabilizando uma despesa de US$ 2,37 bilhões em 2014,
contra US$ 2,07 bilhões em 2013. Seguida pela LG Electronics do Brasil Ltda.,
que importou US$ 1,26 bilhões no ano passado, contra US$ 1,12 bilhões no ano
anterior, também registrando um aumento de 11,68% em sua média de importação.
De acordo com o presidente do
Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, o ano de 2014
foi não foi bom para a indústria de uma forma geral, mesmo com a realização da
Copa do Mundo da Fifa, quando se esperava um aquecimento na venda de
eletroeletrônico, refletindo negativamente tanto na exportação de bens finais,
quanto importação de insumos para produção industrial.
“Em termos de percentual a nossa
balança comercial é negativa por isso que temos os incentivos para tudo que
produzirmos seja consumido no mercado nacional. Agora se compararmos a
importação é muito maior que o volume exportado no Amazonas. Mas se compararmos
as importações de 2014 com 2013 foi menor porque a atividade industrial foi
menor. Eletroeletrônico foi muito abaixo do esperado em termo de produtividade.
Então quando a atividade é menor, o volume de importação também é menor”,
avaliou.
Segundo Périco o otimismo está
muito baixo por conta da situação econômica do país. “Principalmente pela falta
de ação do Governo Federal em controlar toda essa situação”, disse. Ele também
não vê medidas efetivas do Governo com relação ao alto custo da máquina
pública. “O Governo fechou com déficit, gastou mais do que podia, ao invés de
reduzir gastos, teve um aumento de despesa e isso vai encarecer os produtos,
vai impactar lá no consumidor final”, alertou.
Para o presidente do Cieam, a
situação econômica do país traz um certo pessimismo para os empresários e
investidores em geral. “Isso retrai o anseio de investimentos, tanto na
ampliação quanto em novos. Assim como vai indicar uma redução no consumo
principalmente no sudeste do país, com esses aumentos, que deve resultar numa
menor demanda e esse é um círculo vicioso ruim para toda a economia”, alertou
Périco.
Ainda segundo Périco os produtos
descartáveis eles sempre tiveram uma participação boa nas exportações, mas com
a queda nas vendas de eletroeletrônicos e motocicletas, eles podem estar tendo
uma participação ainda maior. “Agora com os produtos da P&G, como os
aparelhos de barbear, lâminas, entre outros descartáveis, vão ampliar o mercado
exportador. Já os insumos para concentrados sempre tiveram uma participação
forte nos últimos três a quatro anos e a Recofarma tem sido agraciada como
empresa exportadora do ano já em três ou quatro anos consecutivos”, avaliou os
dados do Mdic.
Já em relação ao novo Ministro do
Mdic, Armando Monteiro, a expectativa é positiva na Ciem, justificada pela
larga experiência adquirida no comando da CNI (Confederação Nacional da
Indústria). “Eu vejo com muito otimismo. Armando Monteiro é uma pessoa conhece
a realidade da indústria nacional. Ele esteve à frente da CNI durante muitos
anos, conhece as deficiências do país na questão da competitividade e nós só
esperamos que ele consiga tomar todas as medidas para resgatar a retomada do
crescimento do país”, concluiu.
Quanto à exportação o Amazonas
também registrou queda em 2014, de 10,81% com US$ 943,49 milhões contra US$
1.01 bilhão registrado em 2013. Segundo Périco, decorrente da baixa atividade
industrial registrada no ano passado. “Um é reflexo do outro. Quando menor a
atividade industrial, menor a importação e consequentemente será menor a
exportação. Os números só confirmaram”, finalizou.
Balança Comercial
A Balança Comercial, em seu
sentido restrito, é a diferença entre o valor das exportações e importações de
um país. Se o saldo da balança é positivo, se diz que houve um superávit, caso
contrário, um déficit comercial. No Brasil as unidades da Federação também
apresentam sua balança comercial, cada estado com suas devidas peculiaridades,
assim têm estados com balança comercial positiva e negativa.
Dentro das unidades federativas
está o Amazonas, que é um estado praticamente importador, tendo sua balança
comercial sempre negativada, por causa das grandes quantidades de insumos serem
sua maioria importados de outros países, principalmente do continente asiático.
Em 2014 o saldo da Balança Comercial no Amazonas fechou negativo em US$ 11,98
bilhões, sendo exportação de US$ 943,49 milhões e importação de US$ 12,92
bilhões.
Historicamente a balança
comercial do Amazonas já foi positiva (mas isso ocorreu num passado distante),
no período “áureo da borracha”. Nos quais os produtos como borracha, castanha,
sorva, juta prensada, óleo de pau rosa, madeira, cacau, guaraná em grão, peixes
ornamentais, entre outros, foram o carro chefe da economia local.
Atualmente os principais produtos
exportados pelo Amazonas já não são produtos de natureza extrativa, mas
produtos manufaturados como: celular, motocicleta, etc. também compõem de forma
significativa esse ranking estadual de exportação, na tentativa de equilibrar a
Balança Comercial.
A5_1501
Link: http://www.jcam.com.br/
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