BRASÍLIA

Disputa para o poder da Câmara Federal

Em visita à Manaus o deputado Federal Júlio Delgado (PSB-MG) esteve reunido com o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) e com o presidente regional do PSB-AM Serafim Corrêa, definindo as estratégias de campanha para a eleição do presidente da Câmara dos Deputados em Brasília (DF). 

Segundo Delgado o estado do Amazonas é fundamental e decisivo em qualquer eleição. “Um Estado que tem grandes lideranças políticas. É um reconhecimento a uma liderança que não fica restrita ao Amazonas, ela se expande para todo o Brasil”, reconheceu.

Para Arthur Virgílio Neto essa é uma candidatura de independência, que propõe representar a Casa nos momentos necessários. “Eu vejo com bons olhos, com respeito e que seria muito ruim nós termos a vitória de um candidato, que apesar de eu ter uma ótima relação com o deputado Arlindo Chinaglia, seria o candidato da hegemonia de um governo que está enfrentando os maiores problemas”, observou.

Segundo Serafim Corrêa uma possível vitória do deputado Júlio Delgado significa uma vitória para o Amazonas e para o Brasil. “porque é dar à Câmara o resgate que ela tanto merece”, disse.  Corrêa afirma que Delgado não está usando de outros interesses ou troca de favores para chegar à presidência da Câmara Federal, seu objetivo é defender os interesses do povo brasileiro. “O Júlio representa aquele sentimento das ruas de junho de 2013. E é nesse sentido que PSB, PSDB, PV, PPS e tantos outros partidos estão juntos com esse objetivo comum”, afirmou.

A eleição para a presidência da Câmara Federal é feita a cada dois anos sendo decidida por meio do voto direto dos membros. Na Câmara dos Deputados, três candidatos disputam o cargo: Arlindo Chinaglia (PT-SP), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG).

O cargo é extremamente cobiçado porque o presidente da Câmara dos Deputados é o terceiro na linha sucessória da República. Caso a presidente e o vice estejam impedidos de assumir a Presidência do país, o presidente da Câmara é quem deve exercer o cargo.

Oficialmente, o governo afirma que não vai interferir na disputa, porem nos bastidores, o Planalto trabalha pela candidatura de Chinaglia. Cunha, que já disse ser a favor de uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras, é visto como um risco para o governo, e Júlio Delgado tem o apoio do arquirrival do PT, o PSDB do prefeito de Manaus e ex-senador Arthur Virgílio Neto.

No dia 1º de fevereiro, enquanto boa parte dos eleitores estará na expectativa pelo Carnaval, deputados federais estarão em meio a uma ferrenha disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Apesar de a maior parte do público não dar muita importância ao cargo, ele pode ser a diferença entre o "céu e o inferno" para qualquer governo.

*Colaborou Leandro Prazeres, em Brasília-DF.